Desiludiste-me. Desiludiste-me mais uma vez. Nós podíamos
ter dado certo, nós podíamos ter sido aquele casal que toda a gente elogia, nós
podíamos ter sido o tudo um do outro, nós podíamos simplesmente ter sido
felizes para o resto da nossa vida. Mas não fomos nem de perto, nem de longe,
nenhuma dessas coisas, fomos apenas aqueles que ninguém entendia, que não funcionávamos
de maneira alguma juntos mas que não sabíamos estar separados, fomos aqueles
que se amavam sem limite. Sabes, eu não
precisava que alguém entendesse o que sentia ou que entendesse a razão pela
qual o meu coração gostava tanto de ti, porque eu sabia que tu entendias e isso
bastava, isso para mim era tudo. Eu sabia que o meu lugar era nos teus braços,
eu sabia que só queria ouvir as tuas palavras, que só queria os teus beijos,
que só queria cumprir as promessas que fazíamos juntos, que queria que nós os
dois resultássemos. Tu percebias sempre tudo o que eu te dizia nas entrelinhas,
como não percebeste que eu gostava mais de ti do que mim própria ou como é que
não percebeste que a minha felicidade dependia de ti? Como é que não percebeste
que eu dava tudo por ti, até a minha vida, que dava-te tudo o que tivesse e não
tivesse só para te ver sorrir?
O tempo passou, tu mudaste, eu mudei, os sentimentos
mudaram, tudo entre nós mudou, o que antes era “sim” hoje é “não”, o que antes
era “nós” hoje é “tu e eu”, o que antes era “amo-te” hoje é “não sinto nada por
ti”, mas uma coisa não mudou, as memórias. Eu lembro-me de cada pormenor do teu
sorriso, de cada traço do teu rosto, de cada expressão que utilizavas, de cada
brincadeira que tínhamos, de cada beijo trocado, de cada abraçado dado e sei,
que tu também te lembras, mas todas essas coisas foram e não voltam, para nossa
sorte ou azar, quem sabe..
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